Começo esse postagem falando sobre minha profunda admiração pela história. Realmente tenho uma paixão avassaladora pelo conhecimento de como as coisas surgiram. Compartilharei com vocês sobre a beleza formal do mobiliário criado e seguido até os dias atuais.
Decidi escrever sobre esse conteúdo por causa de um trabalho que fiz na universidade sobre história do mobiliário, apesar de muito cansativo, confesso que fiquei fascinada por tudo que aprendi e vi sobre a junção “mobiliário/história” e claro que uma professora fascinante e motivadora dá um toque especial à apatia gerada pela matéria.
Mobiliário no Egito
O mobiliário egípcio é caracterizado com um mobiliário da antiguidade. Esse tipo de mobiliário caracteriza-se pela perfeição no processo de fabrico, pela raridade dos materiais e pela beleza da concepção. O mobiliário era feito artesanalmente em todo seu processo evolutivo: concepção, em questões relacionadas à forma e ao fabrico.
Já que não havia na época conhecimentos relacionados à ergonomia (estudo do corpo humano aplicado ao mobiliário, por exemplo, para prever questões relacionadas ao conforto), nem desenho técnico, nem mesmo noções de perspectiva, então o mobiliário era criado a partir das necessidades cotidianas e da observação.
Os egípcios foram a primeira sociedade a utilizar móveis da qual se tem notícia. A mobília egípcia divide-se em móveis cerimoniais (associados a representação de poder) estes eram usados com simbolismos, exemplo claro disso são os tronos. Havia também o mobiliário mais simples, estes normalmente conservavam adornos naturais. Naquela época eles já utilizavam grande parte dos modelos de mobiliário conhecidos atualmente: bancos, cadeiras, camas e mesas. Em 3.000 anos de história os moveis egípcios sofreram poucas modificações.
Os móveis fabricados nas oficinas reais não eram muito diferentes em design ao utilizado pelas classes médias. No entanto, eles foram requintadamente decorados com folhas de ouro incrustados com pedras coloridas e faiança ou folheada com ébano e marfim. Eles também eram adornados com os símbolos da realeza e pedras preciosas.
Para entendermos de maneira mais clara, vamos ver alguns exemplares do período e suas características.
Tronos e Cadeiras
Os tronos e cadeiras e simbolizavam autoridade, eram revestidas de ouro e prata, muitas destas usadas em cerimoniais, enquanto a mobília utilitária possuía poucas decorações e os modelos mais simples permaneciam com a coloração natural da madeira. Os móveis egípcios apresentam características distintas, como o costume de decorar os pés da cama e o emprego dos pés com forma de patas de animais.
A seguir imagens do mobiliários encontrados no túmulo de Tutancâmon e da Rainha Hetepheres e da Princesa Sitamon.
A seguir uma análise mais detalhada dos tronos e cadeiras, segundo o estilo usado pelos egípcios e a condição formal e estética utilizada.
A Zoomofia e o apoio em formato de “X” eram traços caracteristicos do mobiliário egipcio, mas hoje ainda encontramos essas condições formais empregada em moveis contemporâneos.
Bancos e Banquetas
Eram bastante variados havendo os bancos de trabalho, toscos de três pés, elegantes bancos de ripas de madeira, de assento côncavo ou com curva dupla e até mesmo bancos de fechar de couro ou tecido.
Uma coisa curiosa no mobiliário egípcio está associado aos apoios para cabeça, na verdade, penso que deveria ser pouco confortável, na época não se tinha noção de ergonomia, nem de perspectivas, os assentos côncavos por exemplo, mostra uma pequena ação para que o mobiliário tornar-se mais confortável e a inclinação em algumas camas que serão abordadas a seguir, também demonstra que apesar da falta de conhecimento, houve um despertar para tornar o mobiliário confortável.
Para exemplificar como seria o uso desse formato de mobiliário na atualidade, usei o projeto da arquiteta/urbanista e designer Simone Santos.
Particularmente, a parte que eu mais amo no mobiliário Egípcio os dosséis. O dossel da rainha Hetepheres foi a inspiração inicial para os dosséis encontrados na atualidade, era usado no Egito para isolar a cama e oferecer privacidade, era construído como uma armação gradeada e também era folheada de ouro com ganchos de cobre na parte superior da armação onde prendiam cortinas laterais e a cobertura. Os dosséis foram evoluindo ao longo da história e hoje podemos encontrar os mais variados e lindos dosséis, com vários formatos.
Outros seguimentos
As arcas eram usadas para guardar peças de vestuário, cabeleiras, objetos de toalete e também para uso geral, elas eram decoradas com pinturas e embutidos e faziam suportes para vasos de pernas elegantemente curvadas e afastadas.
Hoje em dia baús e arcas assumem funções decorativas e de armazenamento e concedem elegância ao ambiente.
Espero que vocês tenham curtido, no próximo post continuarei abordando o tema “mobiliário na antiguidade”, com foco no mobiliário grego e posteriormente mobiliário romano. Abraços a todos,
Estava procurando uma maneira de dar inicio ao meu blog e vi nesse trabalho da faculdade sobre "Cultura brasileira aplicada ao design" a oportunidade perfeita para dar inicio as minhas pesquisas, creio que esse tema estrutura de maneira muito coerente a minha proposta expositiva. Na verdade esse é meu caderno de estudos. Em breve estarei postando mais coisas sobre design aplicado a interiores! Espero que gostem!
Nesse contexto gostaria de prestar alguns esclarecimentos. As informações a seguir são fruto de uma longa pesquisa pela net, tem como objetivo mostrar a diversidade cultural nordestina ,e acima disso, mostrar como a cultura nordestina tem influenciado o design, de maneira direta ou indiretamente. Nordeste
Os estados que compõem a região Nordeste são: Bahia, Ceará,
Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.
Esse complexo regional apresenta grande diversidade cultural, composta
por manifestações diversificadas e essas manifestações culturais são objeto de inspiração na hora de projetar, é o que veremos a seguir.
Você conhece o nordeste?
Nordeste é habitado desde
a pré-história pelos povos indígenas do Brasil, que no início da
colonização realizavam trocas comerciais com europeus, na
forma de extração do pau-brasil em troca de outros itens. Mas ao
longo do período de colonização eles foram incorporados ao domínio europeu ou
eliminados, devido às constantes disputas contra os senhores de engenhos.
A região foi o palco do
descobrimento durante o século XVI. Portugueses chegaram em uma
expedição no dia 22 de abril de 1500, liderados por Pedro
Álvares Cabral, na atual cidade de Porto Seguro, no estado da Bahia. Foi no litoral nordestino que se
deu início a primeira atividade econômica do país, a extração
do pau-brasil.
BOA IDEIA! Cana-de-açúcar é o principal produto agricola da região nordeste, basicamente é usada para abastecer carros e bom, pra servir como açúcar mesmo. Mas o bagaço é sempre um item importante a ser analisados, tendo crescido o uso como fonte de energia termoelétrica para a própria usina. Agora o bagaço também ganha outro bom uso: móveis!
Os designers Chen Wei-Che e Chung Yo-Hsun chamam a criação de Zhè, o que pelo acento virado pro lado errado e a presença de um H me faz acreditar que não deve ser lido da mesma forma que o nosso (Jo)Zé.
O artesanato é muito importante no design, antes da revolução industrial, era assim que se fazia design, a concepção conceitual do projeto e o fabrico das peças era trabalho do artesão. Até hoje o artesanato é muito usado na decoração de ambientes imprimindo a cultura regional de maneira sutil em ambientes, o artesanato da região Nordeste é
muito variado, destacam-se:
REDES As redes trazem traços culturais indígenas, tornou-se representante da cultura nordestina por ser muito usada, principalmente nas regiões litorâneas, aqui na Paraíba a cidade de São Bento produz 12 milhões de redes por ano.
Essa cadeira, da designer Flavia Pagotti Silva, é de acrílico com renda, a renda é feita à mão no nordeste do Brasil. É uma maneira bem moderna de valorizar o artesanato local com uma cara bem contemporânea.
O senhor Espedito Seleiro, de Nova Olinda (interior do Ceará), é famoso pelo trabalho primoroso feito com couro. Ele não cria somente para uma marca famosa, melhor que isso, faz seus produtos à sua característica com uma assinatura que é a cara do Ceará com personalidade.
Não há como falar de cerâmica aqui no nordeste e não lembrar da Oficina de cerâmicas de Francisco Brennand localizada na Várzea em Pernambuco, quem não conhece deve separar um tempinho para visitar, é simplesmente perfeito!
Eu estive lá em 2010!! Foi uma experiencia enriquecedora!!
Com suas próprias mãos, os sertanejos fabricam dos objetos que necessitam como barcos, pinhões, colheres, gamelas. Podemos considera-lo um artista nato, e muitas vezes, vai além, produzindo figuras expressivas das coisas que compõem o seu mundo.
Das folhas do buriti se extrai a
fibra com a qual são confeccionados tapetes, toalhas, bolsas, chapéus, caminhos
de mesa, pastas, adereços diversificados e até mesmo moveis. Essa arte, que vem conquistando
espaço e ganhando admiração Brasil afora e se prepara para ganhar o mundo.
O carnaval é o evento popular mais
famoso do Nordeste, especialmente em Salvador, Olinda e Recife. Milhares de turistas são atraídos para o
carnaval nordestino, que se caracteriza pela
riqueza musical e alegria dos foliões.
Cultura Aplicada ao Design
A seguir uma sequencia de
fotos de ambientes decorados para o carnaval, é baseado na pesquisa da designer
de Interiores Erica Rocha, mostrando
como mudar a cara do ambiente apenas com objetos pontuais inspirados no
carnaval.
Até os ambientes mais discretos tem chance de ganhar uma decoração carnavalesca, sem muito esforço!
Ambiente decorado para o carnaval. Um toque de cor nas cortinas e objetos pontuais e a festa está estampada no ambiente.
Pensar design interior é sinônimo de
pensar detalhadamente em cada aspecto do ambiente, nesses espaços, observamos o
toque da cultura carnavalesca em cada objeto que compõem a decoração das mesas!
As festas juninas representam um
dos elementos culturais do povo nordestino. Essa festa é composta por música
caipira, apresentações de quadrilhas, comidas e bebidas típicas, além de muita
alegria. Consiste numa homenagem a três santos católicos: Santo Antônio, São
João e São Pedro. As principias festas juninas da região Nordeste ocorrem em
Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). As festas são tão fortes
culturalmente falando que mudam o aspecto decorativo das casas da sociedade
nordestina no período da festa.
Foto do São João em Campina Grande, considerado o maior São João do mundo é uma festa popular que atrai turistas de todos os lugares do Brasil e do mundo.
FESTEJO DE BUMBA MEU BOI
Bumba meu boi é um festejo que
apresenta um pequeno drama. O dono do boi, um homem branco, presencia um homem
negro roubando o seu animal para alimentar a esposa grávida que estava com
vontade de comer língua de boi. Matam o boi, mas depois é preciso ressuscitá-lo.
O espetáculo é representado por um boi construído em uma armação de madeira
coberta de pano colorido. Ao final, o boi é morto e em seguida ressuscitado.
FESTA DE IEMANJÁ
A festa de Iemanjá é um
agradecimento à Rainha do Mar. A maior festa de Iemanjá ocorre na Bahia, no Rio
Vermelho, dia 2 de fevereiro. Todas as pessoas que têm “obrigação” com a Rainha
do Mar se dirigem para a praia. Nesse evento cultural há o encontro de todos os
candomblés da Bahia. Levam flores e presentes, principalmente espelhos, pentes,
joias e perfumes.
Cultura Aplicada ao Design
Original da Índia, a chita é aquele
tecido estampado com cores vibrantes, acessório capaz de levantar o astral de
qualquer composição. Por parecer tanto com a gente e o nosso estilo de vida, já
foi incorporada à cultura nacional e marcou presença em regiões do nordeste e
em festas populares como o São João, o Carnaval de Olinda e o Bumba Meu Boi. A seguir quatro ambientes decorados com esse
tecido e inspirados nessas festas tipicamente nordestinas.
O tecido é usado como revestimento para pufs, no sofá e até mesmo na prancha, achei muito interessante a composição do tecido dando destaque para o centro rústico.
Nesse ambiente o tecido foi usado como papel de parede e deu um colorido especial ao ambiente!
Nesses dois ambientes o tecido foi usado nas almofadas e na cortina, é uma maneira muito simples de mudar a cara do ambiente. Nessa proposta apenas a troca do forro das almofadas e o tecido na cortina mudou toda a linguagem visual do ambiente.
DANÇAS CULTURAIS DO NORDESTE
Coco
O coco também é conhecido por bambelô
ou zamba. É um estilo de dança muito praticado nos estados de Alagoas, Paraíba,
Pernambuco e Rio Grande do Norte. A dança é uma expressão do desabafo da
alma popular, da gente mais sofrida do Nordeste brasileiro. É uma dança de roda
ou de fileiras mistas, de conjunto, de pares, que vão ao centro e desenvolvem movimentos.
Capoeira
A capoeira foi introduzida no
Brasil pelos escravos africanos e é considerada uma modalidade de luta e também
de dança. Rapidamente adquiriu adeptos nos estados nordestinos, principalmente
na Bahia e Pernambuco. O instrumento utilizado durante as apresentações de
capoeira é o berimbau, constituído de arco, cabaça cortada, caxixi
(cestinha com sementes), vareta e dobrão (moeda).
Frevo
O frevo surgiu através da capoeira,
pois o capoeirista sai dançando o frevo à frente dos cordões, das bandas de
música. É uma criação de compositores de música ligeira, especialmente para o
carnaval. Com o passar do tempo, o estilo ganhou um gingado composto por passos
soltos e acrobáticos.
Cultura Aplicada ao Design
Um toque da cultura nordestina expresso em design. O charme hipnotizante da
Capoeira, a cadência, a flexibilidade e a fluidez de seus movimentos, é o que
se pretende transmitir nesta coleção, mediante seu design curvilíneo e
dinâmico. A coleção inicial é composta
por duas peças independentes entre si, uma cama e as cadeiras.
Móveis da artista plástica
Bartira
Andrade, ela expõe uma linha de mobiliário reciclando
pneus, com as cores e a poesia da cultura e da natureza pernambucana.
Mesa Locci Frevo Poltrona e Mesa Chiquita Bacana
Candomblé
O Candomblé consiste num culto dos orixás
que representam as forças que controlam a natureza e seus fenômenos, como a
água, o vento, as florestas, os raios, etc. É de origem africana e foi
introduzido no país pelos escravos negros, na época do Brasil colonial. Na
Bahia, esse culto é chamado de candomblé, em Pernambuco, nomeia-se xangô, no
Maranhão, tambor de menina.
A seguir veremos um ambiente que traz
o sincretismo religioso da Bahia. Há imagens de São Jorge, de Iemanjá, coroas
de orixás, painel com fotos de figuras populares negras, estofamento feito com
chita e vaso com a planta espada de São Jorge,
o azul na parede representando o mar! O ambiente é uma homenagem a cultura do
candomblé.
Literatura
de cordel também conhecida no Brasil como folheto, é um gênero
literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em
relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século XVI, quando
o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e
mantém-se uma forma literária popular no Brasil. O nome tem origem na
forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em
cordas, cordéis ou barbantes em Portugal. No Nordeste do
Brasil o nome foi herdado, mas a tradição do barbante não se perpetuou: o
folheto brasileiro pode ou não
estar exposto em barbantes.
No Nordeste
brasileiro, herdamos o nome e evidenciamos ilustrações sobre cenas e elementos
do cotidiano. Esses desenhos ainda hoje são inspirações para criar, por
exemplo, uma estante em forma de árvore.
Criação
e execução: Silvia Schmidt – Artes plásticas & design
Moveis com design inspirado no nordeste do Brasil.
Designer Sérgio Matos
Os móveis do paraibano Sérgio Matos em parceria com
outros designers, chamam a atenção pela clara inspiração nas paisagens
nordestinas. O uso de materiais alinhados com o princípio de respeito à
natureza também contribuíram para ele ganhar prêmios e reconhecimento.
Banco
Xique-Xique, produzido com madeira de demolição. Sergio J. Matos e Cyro Visgueiro
Maciel. Banco
Ianomâmi: prêmio Sebrae Minas Design e participação no Salão do Móvel de Milão.
Sérgio Matos e Anny
Isabelle de Araújo Ramalho, Banco
Carambola feito de algodão da Paraíba (já nasce colorido). Sergio J. Matos e
Cyro Visgueiro
Maciel.
Em
três décadas de carreira, a designer pernambucana Bete Paes transitou pela
cultura nordestina na moda, decoração, design de produtos, cenografia,
estamparia e instalações artísticas.
Designer Inglesa Emma Phelps e Designer Alfio Lisi
O estúdio de design inglês 20age prestou
uma homenagem a nós, brasileiros: criou uma poltrona revestida
na parte traseira com 5 mil fitinhas do Senhor
do Bonfim, um
conhecido amuleto da sorte vendido em
especial na Bahia. O móvel multicolorido, que
tem assento e encosto na cor amarela, foi apresentado no London
Design Festival, na Inglaterra.
Ao lado a Poltrona Bonfim utilizando o mesmo material da Bahia Chair, as tradicionais fitinhas do Senhor do Bonfim, a Poltrona Bonfim, do renomado designer Alfio Lisi, foi apresentada na última exposição Imaginários Dpot, traduzido na brasilidade e na alegria das cores de cada fitinha.
CARUARU é uma linha de móveis
inspirada no improviso da Feira de Caruaru, uma das maiores feiras livres do
mundo, patrimônio cultural do Brasil, há mais de 200 anos no agreste de
Pernambuco. Criação
do escritório Rosenbaum®.